Sodoma e Gomorra

Sodoma e Gomorra

Génesis 18/19

Abraão recebe três visitantes e demonstra generosa hospitalidade. Um deles anuncia que Sara dará à luz um filho dentro de um ano. Sara, ciente de que o parto é biologicamente impossível para ela, ri por dentro e depois nega quando confrontada. O momento ressalta a onisciência divina e introduz a questão central: se há algo além do poder divino.

À medida que os visitantes se dirigem para Sodoma, Abraão descobre que a cidade enfrenta julgamento devido à extrema injustiça e ao mal generalizado. Ele intercede, argumentando que a justiça não deve tratar os justos e os ímpios da mesma forma. Através de negociações prolongadas, o limite para poupar a cidade é reduzido para dez pessoas justas. O julgamento continua, sugerindo a ausência mesmo desse mínimo.

Dois mensageiros entram em Sodoma e são recebidos por Ló, um líder cívico que reconhece a sua natureza distinta. A corrupção da cidade é imediatamente exposta quando uma multidão tenta cometer violência sexual contra os visitantes. A resposta de Ló revela tanto o seu compromisso com a hospitalidade quanto o seu profundo fracasso moral. Os mensageiros intervêm, incapacitam os agressores e declaram a cidade condenada.

Lot recebe instruções para evacuar a sua família, mas os seus avisos são ignorados por serem considerados pouco sérios, refletindo a sua falta de autoridade moral. Até ele hesita, exigindo ser removido fisicamente. Ele é avisado para não olhar para trás. A cidade é destruída e a esposa de Lot, atraída pelo que deixou para trás, desobedece e morre.

Mais tarde, Abraão observa a devastação à distância. A sobrevivência de Ló é atribuída à lembrança de Deus da aliança com Abraão. A narrativa termina com um episódio perturbador envolvendo Ló e as suas filhas, do qual surgem nações futuras, demonstrando que consequências históricas e resultados redentores podem surgir mesmo a partir do colapso moral.

A narrativa enfatiza um tema final: o poder divino opera além dos limites humanos, a justiça não ignora a retidão e o apego à corrupção acarreta custos irreversíveis, enquanto a graça ainda pode agir em circunstâncias profundamente adversas.

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