Fé, fracasso e o chamamento de Abrão

Fé, fracasso e o chamamento de Abrão

Gn 12,1-20

O Génesis 12 marca um ponto de viragem na história bíblica, passando dos grandes acontecimentos dos primórdios da humanidade para a vida de Abraão, cuja fé molda o futuro de Israel e não só. Deus chama Abrão a deixar a sua terra natal e a sua família para uma terra desconhecida, prometendo fazer dele uma grande nação, abençoá-lo e tornar o seu nome famoso. Esta aliança estende a bênção a todas as nações através dele. Abrão obedece, partindo com a sua mulher Sarai e o sobrinho Lot, embora a inclusão de Lot seja um prenúncio de problemas. Ao chegar a Canaã, Deus reafirma a sua promessa e Abrão constrói altares de adoração, honrando publicamente Deus, mesmo em território pagão.

A fome leva Abrão ao Egito sem orientação divina, revelando a sua fraqueza humana. Temendo pela sua vida, convence Sarai a dizer que é sua irmã. O Faraó acolhe-a em sua casa e Abrão recebe riquezas em troca, embora o seu engano traga pragas divinas ao Egito. O Faraó, irritado com o engano, restitui Sarai e manda-os embora com os seus bens. Apesar da sua fé, o medo e as mentiras de Abrão provocam vergonha e conflito.

A história contrasta a confiança de Abrão em Deus com os seus momentos de fracasso, mostrando que o objetivo divino não depende da perfeição humana. A fidelidade de Deus persiste apesar da fraqueza humana; o Seu chamamento continua apesar do medo, do erro e da dúvida. A lição revela que a obediência e a humildade são mais importantes do que a perfeição. Mesmo aqueles que tropeçam podem ser instrumentos de bênção, pois Deus vê para além do fracasso o potencial, trabalhando através de pessoas imperfeitas para realizar objectivos duradouros.

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